O acidente de Césio-137

 Em 13 de setembro de 1987, um marco sombrio ficou gravado na história do Brasil, quando ocorreu o maior acidente radiológico já registrado no país até então, na cidade de Goiânia, em Goiás. Esse evento foi causado pelo elemento químico radioativo, o Césio-137, cuja exposição acarreta diversas sequelas, dependendo da duração do contato.

  A narrativa teve início quando catadores de lixo em Goiânia decidiram explorar instalações abandonadas do Instituto Goiano de Radioterapia, buscando materiais metálicos para revenda. Ali, depararam-se com um aparelho de radioterapia desativado, que um dono de ferro-velho adquiriu. Ao abrir o dispositivo, descobriram um pó branco, semelhante a sal, que emitia um brilho azulado no escuro. Sem compreender a gravidade, o pó (cloreto de césio-137) foi exibido para familiares, amigos e vizinhos, disseminando-se pela região central de Goiânia e contaminando várias pessoas.Horas após o contato, as primeiras vítimas começaram a apresentar sintomas como vômitos, diarreia, náuseas e tonturas, que foram erroneamente diagnosticados inicialmente. Cerca de duas semanas depois, órgãos de vigilância sanitária identificaram a natureza da contaminação como sendo radioativa. Quatro pessoas perderam a vida e 1600 foram afetadas direta ou indiretamente.

  O impacto do acidente levou à necessidade de isolamento e descontaminação da área afetada em Goiânia, resultando na remoção de cerca de 6000 toneladas de materiais contaminados. As vítimas sofreram sequelas graves, perdendo não apenas sua saúde, mas também seus pertences, devido à contaminação.

 Ao todo, 249 pessoas foram contaminadas, das quais 129 apresentaram traços da substância dentro e fora de seus corpos. O incidente também resultou na hospitalização de 49 pessoas, com 20 necessitando de cuidados médicos intensivos.

 A má gestão dos resíduos radioativos foi a causa primária do acidente, destacando a necessidade de tratamento adequado e armazenamento seguro desses materiais, por meio de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Este documento técnico define medidas para minimizar impactos ambientais e sociais, como os causados pelo Césio-137.

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