Sabe-se da grande importância da água para a vida humana, uma vez que compõe cerca de 75% do peso corporal dos seres humanos e é parte fundamental do cotidiano por meio da irrigação de lavouras, atividades industriais, higiene pessoal, preparo de alimentos, geração de energia, turismo, lazer, entre outros. A partir disso, é fundamental garantir a qualidade da água utilizada no dia a dia, pois afeta diretamente na saúde e qualidade de vida das pessoas, além dos resultados dos processos industriais.
Desse modo, a Portaria 05/17 aborda a qualidade da água para o nosso consumo e foi publicada em 2017 pelo Ministério da Saúde, a qual revogou a Portaria 2914 em 2011, que também dispõe sobre a potabilidade de água. Estas normas abordam que toda água destinada ao consumo humano, como no preparo e produção de alimentos, ingestão e higiene pessoal, deve ter sua qualidade assegurada e estar sujeita a vigilância. Ou seja, estabelecimentos como hotéis, apartamentos, indústrias, comércios alimentícios e setor farmacêutico devem realizar a análise da potabilidade da água.
Além disso, dependendo do destino, a água terá exigências diferentes. Entretanto, as análises seguem alguns processos que são gerais, independente de onde ou qual é seu destino.
1. Coleta de Amostras:
– Amostras de água são coletadas de diferentes pontos, como estações de tratamento, redes de distribuição, poços e fontes naturais.
– A coleta deve ser feita em recipientes estéreis para evitar contaminação.
2. Análise Físico-Química:
– pH: Mede a acidez ou alcalinidade da água.
– Turbidez: Avalia a clareza da água; alta turbidez pode indicar a presença de partículas.
– Cor: Determina a cor aparente da água.
– Condutividade Elétrica: Mede a capacidade da água de conduzir eletricidade, indicando a presença de íons.
– Teor de Sólidos Totais Dissolvidos (TDS): Avalia a quantidade de sólidos dissolvidos na água.
– Metais Pesados: Verifica a presença de metais como chumbo, mercúrio e arsênio.
3. Análise Microbiológica:
– Coliformes Totais e Escherichia coli (E. coli): Indicadores de contaminação fecal.
– Bactérias Heterotróficas: Avalia a quantidade geral de bactérias presentes.
– Vírus e Parasitas: Testes específicos para detectar organismos patogênicos.
4. Análise de Produtos Químicos:
– Cloro Residual: Mede a quantidade de cloro livre ou combinado, indicando a eficácia da desinfecção.
– Pesticidas e Herbicidas: Detecta a presença de produtos químicos agrícolas.
– Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs): Identifica a presença de substâncias químicas voláteis, como solventes industriais.
5. Interpretação dos Resultados:
– Os resultados são comparados com os padrões estabelecidos por órgãos reguladores, como a Portaria de Consolidação nº 5/2017 do Ministério da Saúde no Brasil ou as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
6. Relatórios e Ações Corretivas:
– Com base nos resultados, são emitidos relatórios detalhados.
– Se a água não atende aos padrões de potabilidade, são adotadas medidas corretivas, como ajustes no tratamento da água ou investigação de fontes de contaminação.
Este processo rigoroso assegura que a água distribuída para consumo humano é segura e de alta qualidade.
Quanto à periodicidade da análise de potabilidade de água, é sugerido que, em casos de captação de água por poço, a análise deverá ser mensal. Quanto ao consumo de água através do abastecimento público, é sugerido que esse processo seja feito semestralmente. Assim, é necessário que esse processo seja feito regularmente para evitar problemas com eventuais auditorias e principalmente para garantir a credibilidade do estabelecimento e a segurança dos consumidores.
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